Atualmente é fácil apontar para um vilão e colocar toda culpa nele. O sistema de capitalista destruiu nosso país. Temos mazelas históricas: criminalidade, exclusão, analfabetismo, desigualdade social, etc. Tudo isso é resultado de sucessivas políticas voltadas sempre ao lucro. Desde os tempos do café (sendo atual) até os dias das construtoras e banqueiros. E resolver esses problemas passa longe de acreditar que algum governo, seja ele do PT ou PSDB, com Lula ou Aécio, possa dar conta do recado. Muitos se lembram de Getúlio, outros de Kubitschek, temos Jango, militares covardes, paralisação com Sarney e neoliberalismo agressivo com FHC. Os governos do PT não pararam com a aplicação do programa neoliberal no país. Apenas mudaram a gestão. Deram pequenas concessões para o povo, para os trabalhadores e juventude. Mas reformas não transformam, são reformas. O modelo se esgotou. Um PIB dependente de exportações do agronegócio é muito sensível, agora com a crise – mundial, diga-se de passagem – os preços dos alimentos despencaram.
Os petistas vangloriam milhares nas universidades, só não falam da péssima qualidade e do sucateamento das universidades públicas. Esbanjam porque vários possuem casa, que com o pequeno salário que temos ainda vamos demorar uma vida inteira para quitar esse compromisso. O “Mais Médico”? Só veio por conta da pressão das manifestações de 2013. Foi um “reformismo quase sem reformas”, que se esgotou e agora faz de tudo para agradar quem sempre saiu rindo: os ricos e poderosos, multinacionais, latifundiários, mega empresários e banqueiros.
O despertar veio com o estopim do aumento das passagens, em junho de 2013, para um transporte público humilhante. Aquele momento não foi apenas um “levante” que voltou a dormir. Quem pensa assim são os puxa sacos do lulismo que fazem de tudo para defender o governo. A Direita vem na mesma linha, critica mas tem medo que o povo volte às ruas e esteve e está ao lado do governo ajudando a aplicar todas as medidas que precarizam ainda mais o trabalho e as condições de vida no Brasil. Naquele momento abriu-se uma nova etapa política em nosso país. E uma das consequências, e até tarefa, é a grande mídia esconder todas as lutas das telas, rádios, jornais, internet e revistas. O pós-junho de 2013 se deu de em grandes mobilizações e greves importantes que lutam, de forma mais consciente, contra as Medidas Provisórias, Terceirizações, ajuste fiscal, aumento nos combustíveis e energia e contra as demissões em massa que vem ocorrendo.
A Direita, encabeçada pelo PSDB, não é o caminho. É mentirosa e não pensa no povo trabalhador e na juventude. Ilude, se aproveitando de certo ódio cego ao PT. Figurantes como Ronaldo Caiada, Bolsonaro, Feliciano, Eduardo Cunha e outros desprezáveis, devem ser repudiados com ódio. Tudo que fazem é pensando no próprio umbigo e em favor de quem financia suas campanhas. São frutas podres que se aproveitam na máquina pública há anos e estão atolados de corrupção. O povo pode, deve e tem força para derrubar um governo. Qualquer classe trabalhadora, de qualquer país. Mas o que não deve acontecer é ser guiado por uma direção traidora e pior da que já está no poder. A classe trabalhadora deve se apoiar em suas próprias organizações (quando independentes) e não cair nas calúnias e armadilhas de partidos que jogam contra ela: PP, PMDB, PSD, DEM, PSDB, PT, e a lista é grande...
A política nacional, sua conjuntura de momento, está uma loucura. Mudando de mês a mês. Radicalizando mobilizações e crises. A Direita, disfarçada, chama uma manifestação para o próximo dia 16. Os setores governistas (CUT, PT) em resposta, chamam outra para o dia 20. E por estarem unidos contra o povo não podemos nos unir a eles agora! Por isso insisto: não se enganem com as próximas manifestações e fiquem em casa! Existem milhares de lutas sérias e progressivas em andamento no país... É nessas que devemos nos envolver e ajudar a se tornar um grande ato nacional. Sei que é difícil de se informar porque elas não aparecem, mas aparecerão e não terão nada haver com os próximas dias 16 e 20.