A nova Medida Provisória 680, que cria o Plano de Proteção ao Emprego, está dando o que falar, como mencionado na Rádio Sambaqui. Em regiões onde há forte concentração de trabalhadores assalariados existe grande agitação política (como no eixo Rio-São Paulo). Nesses lugares a consciência sobre o que está acontecendo com o país, na maioria das vezes, está a frente de outras regiões. Por essas bandas a nova MP está sendo chamada de “Plano de Proteção ao Empresário”. E não estamos falando aqui de empresas do porte de nossas cerâmicas, mas sim conglomerados industriais gigantes que faturam bilhões com benefício do governo ou com obras superfaturadas, como as empreiteiras da Operação Lava Jato. São os grupos que doaram milhões para Aécio e Dilma nas últimas eleições.
Com a medida o governo Dilma, que pertence a um partido que leva a palavra “Trabalhadores” na sigla, sacrífica ainda mais o trabalho para não mexer no capital. Por exemplo: Uma multinacional – que faturo bilhões na crise devido a isenções fiscais – paga em média R$: 3 mil reais em salário, agora esse valor cai a metade. Assim, sem aumentar venda ou preço de produto, esses gigantescos grupos mantém um lucro exorbitante, a custa, claro, da degradação humana, frente à relação homem-trabalho.
Existem ainda quatro pontos nessa discussão que podem nos fazer chorar, tanto de raiva quanto de tristeza:
1 – O dinheiro que o governo usará para pagar sua parte no acordo virá do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Dinheiro que já vem de tributos pago pela própria classe trabalhadora;
2 – A medida não garante o emprego! Ela dá sinal verde para os grandes industriais reduzirem a jornada e o salário, mas nada diz que o patrão deve manter trabalhadores em seus postos;
3 – Não a nada escrito nessa MP dizendo que depois que a jornada de trabalho volte ao tempo normal o salário voltará como antes. Correndo o sério risco de um real rebaixamento de salário em longo prazo;
4 – Com a crise e recessão, crias do próprio sistema Capitalistas, as multinacionais e grandes empresas estavam dando várias férias coletivas para seus funcionários. Assim reduziam a produção, mas homens e mulheres, pais de famílias, não perdiam emprego. Mesmo faturando bilhões em cima de muita falcatrua durante anos esses grupos não frouxam diante a ameaça de seus lucros caírem. O conhecido Lay-Off não era mais rentável e o PPE sai mais barato.