Por Cintia Santos
A dificuldade em pagar as contas e viver decentemente está sendo cada vez mais comum na vida do povo trabalhador. Não são apenas os motoristas de Criciúma ou os metroviários de São Paulo que deveriam estar em greve. Muitos estão preocupados com o seu dia de trabalho perdido, ou com atrasos, mas na verdade os patrões estão interessados nos seus lucros e não em nossas condições de trabalho. Somos explorados todos os dias, e quando nos organizamos e vamos à luta, temos como resposta uma ação violência como prisões por formação de quadrilha, espancamentos e até atentados como os ocorridos com os líderes da heroica greve dos rodoviários de Criciúma. Estamos vivendo situações que jamais pensamos, como a perda de nossas liberdades democráticas. Companheiros de luta sendo indiciados por querer um mundo diferente. E em Criciúma, soltar panfletos para expressar uma opinião, pode virar crime. Como se não bastasse, o Estado, responsável pela “paz e a ordem”, através do poder judiciário, tem julgado as greves “ilegais”. cabe a nós trabalhadores a pergunta: Democracia para quem?
Nós do PSTU perguntamos, porque não julgar o abuso das tarifas de ônibus em Criciúma? Porque não julgaram às empresas a atenderem a reivindicação dos trabalhadores dos rodoviários de Criciúma e região? Qual será o resultado das investigações sobre os atentados aos líderes dos rodoviários? A justiça e a democracia estão a serviço dos ricos deste país. É mais fácil punir OS TRABALHADORES pela ousadia de lutar e assim favorecer às empresas colocando 50% da frota nas estradas. Isto não resolve o problema, ao contrário só altera os ânimos e busca preparar a derrota da categoria. Precisamos todos mais uma vez apoiar esses companheiros e fortalecer a sua luta.
Nós do PSTU defendemos a luta de todos os trabalhadores, estamos com eles em suas reivindicações por salários e direitos. Mas afirmamos que precisamos ir além. É preciso desde já, exigir um Brasil 100% dos trabalhadores e isso significa romper com a política do neoliberalismo que privatiza e sucateira os serviços públicos. Significa dizer que a luta dos rodoviários de Criciúma e dos metroviários de São Paulo assim como a dos professores de todo o país tem pontos em comum: A busca por melhorias de condições de trabalho e vida. Sucateadas para dar lugar ao lucro de poucas famílias. Precisamos unificar essas lutas, discutir a necessidade de GREVE GERAL, temos que unificar todas as lutas a partir das injustiças que a copa do mundo está causando, até as lutas das categorias organizadas e construir um grande movimento nacional. Só assim teremos nossas reivindicações atendidas. Somente com um Brasil sem patrões é que realmente teremos um pais 100% dos trabalhadores.